quinta-feira, 15 de outubro de 2020

RIQUEZAS ESPIRITUAIS

                                                                   

“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21).

Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma.

·         O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente.

·         Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice.

·          O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um simplório ( tolo)  ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias.

1.    ELE COMETEU O ENGANO DE PENSAR QUE ERA O PROPRIETÁRIO DE SUA RIQUEZA.

 “Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse. Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido tudo isso.

·         Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus que nos dá bênçãos.

E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações”. (Atos 14:17),

·         Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; (Atos 17:25).

Em qualquer tempo em que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui.

2.     TOLICE FOI PENSAR CONSIGO MESMO SOBRE QUE DISPOSIÇÃO ELE DEVERIA DAR A SUAS BÊNÇÃOS INESPERADAS (12:17).

·         Ele deveria ter consultado Deus porque o mundo e toda a sua plenitude são dele.  

Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. (Salmo 50:12).

·         Mas isso nunca lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo.

3.    TOLICE FOI PENSAR QUE TUDO QUE ELE PUDESSE COLOCAR NUM CELEIRO FOSSE TUDO O QUE ELE PRECISAVA.

 Olhando sobre toda sua abundância, ele disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam conforto assegurado, felicidade e segurança.

·         Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança em coisas materiais

‘Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração’. Mateus 6:19-21

 Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade. Ec 5.10

·         A vida provém do coração, não do banco

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. Provérbios 4:23

4.     TOLICE FOI ESQUECER  DO TEMPO E DA MORTE.

Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa mortalha.

Salomão fala frequentemente desta verdade em Eclesiastes. “Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19).

·         Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará.

·         Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível.

 E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos, transbordando.

Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta: 

 

       “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). 

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